Edição Electrónica - coisa boa ou coisa má?
Depois de ter participado na aula de Edição Electrónica em que o assunto central foi Edição Tradicional vs Edição Electrónica, depois de ter lido os textos de Samuel, Nádia, Patrícia e o comentário da professora Neusa em relação ao texto de Samuel, decidi, para não repetir o que já foi dito e escrito, acrescentar apenas algumas vantagens da edição on-line, que ainda não foram mencionadas, além de expor o meu ponto de vista sobre o próprio fenómeno do surgimento da edição electrónica.
Assim, uma outra vantagem da edição electrónica em relação à tradicional diz respeito às suas caracretísticas físicas. Enquanto que o manuscrito e o livro impresso têm um suporte escrito, as edições electrónicas são feitas em suporte digital. Não será necessária muita reflexão para concluir que, ao ritmo a que hoje os livros são impressos, as nossas bibliotecas enfrentam o grave problema do espaço. Eis uma das vantagens que as novas edições trazem. Estando a informação mais compacta, on-line ou num CD, o espaço que irá ocupar será consideravelmente menos. Deste modo, a edição computerizada permite um armazenamento de grandes quantidades de material.
Uma outra vantagem diz respeito principalmente às obras literárias.
Ao contrário das edições impressas, as edições electrónicas, sobretudo os arquivos electrónicos, facultam o acesso a um leque mais diversificado de materiais. Não só temos acesso ao manuscrito, como às primeiras edições impressas e a diferentes edições posteriores. Podemos ainda aceder a notas explicativas, a materiais que contextualizam as obras, a textos paralelos e a toda uma gama de recursos que podem complementar e permitir uma melhor análise do texto. Uma edição impressa não permitiria isso, limitando o nosso acesso aos textos e aos paratextos que possam existir. Para uma edição impressa comportar tanta informação, esta teria de ser editada em vários volumes, o que se tornaria economicamente inviável.
Voltando ao assunto inicial que é a oposição entre os dois tipos de edição, gostaria de dizer que, do meu ponto de vista, o surgimento das novas técnicas de edição, tal como é costume acontecer no decurso histórico da humanidade, veio complementar algo que já existia, pelo que não devia suscitar tantas divergências a respeito das vantagens e desvantagens que a sua implementação prática transporta. Se a transição do livro para a edição electrónica vier a acontecer, o fenómeno será perfeitamente natural, tal como aconteceu com o manuscrito que foi substituído pelo livro.
Em todas as épocas o receio acompanha a mudança, mas como já foi provado pela história, só há mudança quando o contexto o permite. Tudo isto, para dizer que a edição tradicional só será substituída por completo pela electrónica quando a primeira for considerada já absurda. Se isto acontecer, será por já não existirem pessoas privadas do acesso à edição electrónica e/ou por já não sentirem a necessidade de recorrer às edições em papel.
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